O CÃO
KENNY E A GATA SHERAZADE
Olá!
Eu sou o Kenny.
Um cão branquinho, tenho 7
anos, pelo encaracolado, raça caniche, peso uns 8 kg e sou muito feliz!
Tenho por companheira uma gata de raça persa,
lindíssima, chamada Sherazade.
Quando eu conheci a
Sherazade fiquei horrorizado e pensei cá para comigo: hum!...é uma gata mimada,
prepotente e vai querer mandar em mim! Estou bem arranjado...
OS PRIMEIROS DIAS
EM CASA DOS MEUS DONOS
Era eu muito pequenino,
apenas com alguns dias, quando me separaram da minha mãe e dos meus quatro
irmãos porque vivíamos com uma família com poucos recursos económicos e, por
isso, não nos podiam sustentar a todos.
Claro que chorei todo o
caminho até chegar à casa dos meus futuros donos.
Estes foram simpáticos e
carinhosos: pegaram-me ao colo, fizeram-me festinhas, muitos miminhos, mas
passado pouco tempo, meteram-me dentro de uma banheira e toca de me darem um
banho!...( coisas de humanos que nós, os canídeos, detestamos…).
É evidente que chorei,
esperneei e, à minha maneira, disse muitos palavrões mas não valeu de nada!
Mas o pior ainda estava
para vir: foi quando me apresentaram aquela que iria ser a minha companheira- a
tal gata que naquele primeiro momento eu achei que era grannnnnnnde, gorda e
má.
Uma gata e um cão juntos
sempre foi considerado uma aberração e eu tremia por todos os lados!
Ela também não pareceu
contente porque se pôs toda empantufada, a arremeter para mim e a fazer
“fefefefe” como quem diz:
- Eu sou a rainha deste
palácio e, por isso, quem vai mandar aqui sou eu porque já cá estava antes de
ti!
Os primeiros dias não
foram nada fáceis: eram muitas as saudades da minha mãe e dos meus irmãos e sempre assustado com medo de tudo e
de todos (especialmente da Sherazade) que me perseguia por toda a casa, sempre
com o nariz empinado e a rosnar com ar agressivo:
- Porta-te bem ou eu
ponho-te na ordem!
Mas fui-me habituando a
tudo (até àqueles horríveis banhos)!
Dormia numa linda e fofa caminha e, afinal, a
Sherazade até passou a ser minha amiga!
Como ela já era uma
senhora gata e eu um cãozinho bebé acho que ela aprendeu a amar-me como se
fosse o seu filhote que nunca tinha tido: brincávamos muito e os nossos donos
(que estavam sempre atentos, não fosse ela dar-me um valente arranhão) nem
cabiam em si de contente com aquele fenómeno.
Um cão e uma gata amigos era coisa do outro
mundo…pois como é sabido quando alguém se dá muito mal com outra pessoa é
hábito dizer que “ são como o cão e o gato”!
Mas para exemplo dos
Homens que muitas vezes são intolerantes, nós (eu e a minha amiga Shé),
tornámo-nos inseparáveis!
AMINHA
PRIMEIRA VIAGEM DE CARRO
Veio um dia em que eu fui
fazer a minha primeira viagem de carro!
Devo confessar que não
gostei nada, mesmo nada, não sei explicar porquê mas sempre me apavoro quando
tenho que ir viajar.
Era verão e estava um maravilhoso dia de Sol.
A minha dona e uma amiga
resolveram ir até à praia que ficava muito longe.
Pegaram em mim, meteram-me
no carro e aí fomos nós…
Como eu era pequenino fui
ao colo da amiga da minha dona, mas sempre cheio de medo…
Chegámos.
Não me lembro de muita
coisa, mas há três episódios que nunca esqueci porque foram bem catitas para
mim!
Primeiro episódio
IDA AO CASINO JOGAR
NAS “SLOT MACHINE”
Sim, acreditem ou não, a
verdade é que eu estive lá!
Eu sei que é proibida a
entrada de animais num casino, mas eu estive mesmo lá dentro, a ouvir aquele
barulhinho das moedas a tilintar no prato das máquinas!... (eu sei que
atualmente já é tudo eletrónico e, por isso, já não usam moedas, mas naquele
tempo era muito mais giro…).
Então mas como é que o Kenny conseguiu entrar se era
proibido?!
Aposto que esta é a pergunta que vocês estão a
fazer!
Eu explico: como eu era
mesmo muito pequenino a minha dona meteu-me dentro do seu saco de praia, deixou
um bocadinho aberto para eu respirar e eu, nem sei explicar porquê, mas a
verdade é que me portei muito bem: não ladrei, não chorei e nem fiz xixi!...
Segundo episódio
IDA À PRAIA
Saímos do casino e já na
rua a minha dona pôs-me uma linda trela vermelha e lá vou eu com a minha cauda
levantada a dar a dar (um gesto que nós, os cães, costumamos fazer para
demonstrar que estamos contentes, autoconfiantes), e lá fomos em direção à praia.
Aí foi espetacular:
espojei-me, esgravatei naquele areia fina, suja mas deliciosa…
À água não fui! Tenho
sempre medo da água.
Por fim a minha dona
limpou o meu pelo macio e branquinho (que naquele momento estava bem sujinho…)
e fomos embora porque começou uma brisa fina, penetrante e desagradável.
Terceiro episódio
PASSEIO PELA MARGINAL
Lá em cima, já afastado do
mar, a marginal estava à nossa espera cheia de gente que passeava de um lado
para o outro, de lá para cá, num vai e vem que eu não entendia…
Então comecei a ficar
nervoso e a minha dona pegou-me ao colo, mas antes colocou-me dentro da copa do seu chapéu de praia! As pessoas que
passavam achavam-me graça por ser tão pequenino e metido no chapéu.
Alguns, os mais
desinibidos, aproximavam-se e diziam:
- “ Tão lindo! Parece um novelinho de lã”!
Que bom que foi aquele
dia!
marfer
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